É muito comum em pesquisas estatísticas dividirmos a população estudada em grupos com características específicas e depois comparamos os resultados. Isto é interessante mas deve ser feito com cautela, pois normalmente dois grupos apresentarão distinção nos dados. Mas será que há motivos para esta diferença? Será que a diferença é tão grande assim? Se outra amostra for coletada na mesma população, será que a diferença perdura nas mesmas proporções?
Por exemplo, em uma pesquisa realizadas com trabalhadores em industrias do distrito industrial de Jundiaí revelou que funcionários de setor administrativo bebem três vezes mais café que operários. Será que podemos concluir que eles bebem mais café devido o estresse no trabalho? Ou por terem mais garrafas de café nos setores administrativos? Para identificar isso, talvez seja necessário outra pesquisa ou a analise de mais informações.
Sempre tenha cuidado em atribuir uma relação de causa e efeito entre as diferenças nos grupos, ela pode existir, mas nem sempre é fácil identifica-la. E por falta de cautela, muitos chegam em conclusões precipitadas.
Eu mesmo já vi muitas pesquisas que, por falta de informações não consigo confiar. Por exemplo eu já escutei pesquisas que alegam que ‘mascar chiclete melhora a memória’, ‘café faz mal para o coração’, ‘ café faz bem para coração’, ‘jogos de vídeo game melhoram o raciocínio lógico’….
Todas as pesquisas citadas acima eram incompletas no local que vi, fazendo com que eu confiasse mais no meu bom senso que nelas. Por exemplo, ao meu ver, café moderadamente não faz mal para a maioria das pessoas, jogos de vídeo game é divertido e estimula o raciocínio, mas não substitui estudar de verdade e chiclete só faz bem pra memória de quem lembra onde as coisas estão.
Também tome cuidado com a armadilha de achar que, só porque sua opinião é diferente do que a pesquisa diz, ela está errada. Nunca se esqueça que o que a ‘população pensa’ não pode ser comparado com o que ‘um indivíduo’ pensa. Afinal o objetivo da pesquisa é descobrir o que a maioria acha.
Apesar das armadilhas citadas, estatística é uma ciência útil para a vida e quanto maior for nosso conhecimento, mais sensatos e menos inocentes seremos ao ler pesquisas. Ao mesmo tempo, seremos mais eficaz para realizar uma pesquisa ou contratar um profissional para isso.
Bons estudos!